
Em uma análise apressada, pode-se creditar tamanho desempenho apenas aos efeitos do sexo sobre o estado emocional. Todo mundo sabe que quanto mais feliz na cama, mais feliz na vida. Portanto, isso explicaria por que as mulheres com vida sexual plena apresentaram mais disposição para o trabalho. A justificativa é também uma resposta aceitável para o eterno bom humor, pique de atleta e declarações apaixonadas de casais que mantêm uma vida sexual de padrões hollywoodianos, sem rotina na cama, com glamour e muito amor.
Mas como explicar por que as mulheres que participaram da pesquisa e tinham vida sexual feliz ficaram menos doentes? O que torna o sexo um bálsamo de vitalidade para o organismo? Essa resposta é o que a ciência começa a desvendar. A princípio, boa parte dela está concentrada em um delicado mas complexo sistema de descarga hormonal disparada a partir do momento da excitação. "O sexo modifica a química do organismo", afirma o sexólogo paulista Moacir Costa. O desejo promove o aumento da liberação de hormônios sexuais (estrógeno, na mulher, e testosterona, no homem) e de adrenalina, hormônio que prepara o indivíduo para o ato sexual. O efeito dessa elevação química é imediato. A circulação sanguínea aumenta – por isso o coração dispara, os pêlos eriçam, a pele enrubesce e a região genital, encharcada de sangue, se dilata. Na mulher ocorre o inchaço vaginal e, no homem, a ereção. A respiração fica ofegante. Ao mesmo tempo que a excitação cresce, outra substância entra em campo. É a endorfina, responsável pela sensação de prazer e satisfação. Nesse momento, a adrenalina está mais baixa e o organismo fica completamente inebriado pela endorfina. O nível máximo de liberação dessa última substância corresponde ao orgasmo. É o momento no qual todas as células nervosas do cérebro descarregam seu conteúdo elétrico, promovendo o relaxamento físico total. Na mulher, durante esse clímax também é liberado outro hormônio, chamado ocitocina, responsável pela contração do útero.
Como se vê, o ato sexual promove uma verdadeira revolução dentro do organismo. E é essa dança de hormônios que vai afetar o funcionamento de todo o corpo, felizmente de forma positiva.
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